sexta-feira, 10 de outubro de 2008

3a Postagem 2/2008 - Resenha e Matéria Jornalística

HÜHNE, Leda Miranda e BRAGA, Maria. Ecologia e Sustentabilidade. Rio de Janeiro: Uapê, 2008.Resenha dos artigos 7 a 9 (páginas 93 a 131).

Continuação da Resenha

No sétimo artigo do livro, escrito por Aline Leal e entitulado “Ecologia e Exclusão Social – Um Estudo da Rocinha”, o conceito de Ecologia é revisitado, desta vez definido como o estudo das relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem, e é apresentado como essencial para a salvação do planeta. Critica o uso dos termos “desenvolvimento sustentável” por levar o foco à busca da sustentabilidade ao lado do desenvolvimento e não da natureza e da sociedade.

Tendo como fio condutor a comunidade da Rocinha, o artigo trata da ecologia social, nova área do conhecimento para a qual o meio ambiente só tem sentido a partir do ser humano, e vice-versa. Questões como a miséria, a má distribuição dos recursos e outras deficiências sociais são tratadas pelo texto, que apresenta como principais reivindicações dos membros da referida comunidade o saneamento básico, coleta de lixo, pavimentação, estrutura viária, saúde, educação e cultura, direitos garantidos a quaisquer cidadãos moradores de bairros tradicionais do Rio de Janeiro.

Mostrando como é imprescindível uma legislação que contemple instrumentos de controle urbanístico adequados à realidade da favela, o texto deixa claro que buscar a justiça social significa tomar conta do ser humano, o mais complexo e singular ser da natureza.

O artigo de Ney Land, “Ontem Como Hoje”, trata do problema social decorrente da forma como as autoridades tratam o indígena brasileiro. Dispomos hoje de excelente legislação para a proteção ao indígena, mas os problemas permanecem devido aos inúmeros processos judiciais em que a Funai, entidade de proteção ao índio, é o réu. Até a conclusão de tais processos, o índio pode ser impedido de usar pedaços de terras que são seus. Além disso, o texto apresenta diversos outros exemplos de como o sistema é deficiente na proteção das comunidades indígenas.

Em “Cosmoecologia”, de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, trata-se de ecologia com uma visão mais ampla, uma perspectiva planetária e, por que não dizer, espacial. Assim como os seres vivos dependem uns dos outros e também dos seres não vivos, a vida no planeta como um todo depende das alterações que venham a ocorrer no espaço exterior, bem como das que podem ocorrer em nível planetário de forma gradual, em períodos mais longos. Encarando a Terra como um organismo auto-regulador global, em conformidade com a teoria de Gaia, de Lovelock, o autor apresenta a ecologia cósmica como o estudo de diversos problemas que ameaçam o meio ambiente em escala espacial.








Matéria Jornalística:
Lixo no Brasil




Autor: Maurício Sotto Maior

Veículo: http://www3.atarde.com.br/especiais/econegocios/hp/lixo.htm

Outubro/2008

O artigo aborda como tema central o lixo urbano. Em sua pesquisa, o autor relata várias informações, como a constatação de que o brasileiro produz diariamente 1kg de lixo, fruto do homem em seu consumo desenfreado de materias-primas ou industrializadas. A última pesquisa nacional de saneamento básico realizada pelo IBGE em 2000 revelou uma tendência surpreendente de melhora na situação da destinação final do lixo coletado no país nos últimos anos. A pesquisa avaliou que 63,6% dos municípios brasileiros utilizaram lixões e 32,2% aterros adequados, sendo que menos de 5% não informaram para onde vão seus resíduos. Comparados com os percentuais de dez anos antes, a situação é animadora.
Segundo o centro de estudos socioambientais Pangea, a questão do lixo é um problema mundial. Hoje o lixo significa potencialidade, energia e geração de postos de trabalho, dos mais rudimentares aos mais complexos. Para o centro, uma boa solução seria a coleta seletiva, cujo produto é vendido à indústria de recicláveis.
O Brasil tem tomado posicionamentos muito positivos com relação ao seu lixo, pois temos projetos de incentivo a cooperativas que trabalham de forma séria no sentido de minimizar os efeitos nocivos dos resíduos.
Tanto o livro quanto a matéria jornalística aludem à importância do saneamento básico, sendo que a última contribui apresentando também sua importância para a geração de renda e melhorar a distribuição dos recursos, aspecto que tem o potencial de beneficiar muito comunidades como a da Rocinha, estudada no artigo de Aline Leal. Em conformidade com o artigo, a matéria de Sotto Maior encara a sustentabilidade com base na sociedade e não no desenvolvimento.

Nenhum comentário: